Escrever é uma arte. Um talento que não está ligado somente ao conteúdo transmitido em forma de palavras, mas pela forma na qual isso é feito. Parte artístico, parte mecânico, o ato de escrever é tão rico que envolve diferentes estratégias e elementos, como os conectivos.
A língua portuguesa acompanha diversas ferramentas linguísticas que foram sendo adaptadas para os locais nos quais ela é utilizada, tendo origem em Portugal e se expandindo para as suas colônias, com destaque para a maior delas, o Brasil.
Mesmo com sotaques e estilos linguísticos diferentes, o idioma escrito sempre teve uma estrutura uniforme, o que foi formalizado pelo Acordo Ortográfico de 1990, realizado entre Brasil e Portugal, de forma a nivelar as regras gramaticais da língua portuguesa.
O período de adaptação durou até 2015, quando os países passaram a adotar um mesmo estilo de escrita.
Apesar de ainda existir diferenças culturais entre o uso da língua, como na palavra câmera de vigilância – em Portugal referenciado como câmara – as regras de gramática agem de forma comum, como na estrutura necessária para um texto.
Os ingredientes necessários para um bom texto
Um bom texto se faz tanto pelo seu conteúdo, assim como pela forma em que esse seu interior é apresentado ao público.
E o caso similar ao de uma histórica clássica, pois por mais que o romance e a tragédia de Romeu e Julieta seja conhecida pela maior parte do público, a sua constante contemporaneidade se faz pela forma com a qual o conto é narrado.
Permanecendo atual tanto pela atualização da história, em algumas versões, mas principalmente pela maneira na qual o romance de Shakespeare é contado, seja como livro, como peça ou como filme. Ou até como podcast, usando tecnologias mais recentes.
É o mesmo com certas piadas e crônicas de humor, onde o apelo cômico se conquista mais pela forma na qual a anedota é contada, do que o seu conteúdo, que pode usar contextos populares ou casos específicos, como barulhos vindos dos dutos de exaustão.
Isso porque a construção do humor, do suspense ou do drama depende de diversas questões que vão além da linguagem necessária para cada gênero literário.
A construção de parágrafos, a interrupção do texto por um diálogo súbito, indicando urgência são alguns exemplos, no qual as frases são organizadas de um forma na qual o tom da história se apresenta ao leitor junto do conteúdo ali relacionado.
A conexão entre os pontos da história também são importantes para que o conto não perca ritmo, e flua com clareza na cabeça do leitor, sem que ele se confunda na história e tenha que voltar dois parágrafos atrás, para compreender o que está acontecendo.
Esse tipo de organização, no entanto, não é exclusiva dos textos de ficção, já que uma matéria de jornal, uma receita de bolo ou até uma redação sobre o uso correto de conectivos necessita de uma certa disposição, para que as informações não fiquem soltas.
Um desses elementos são os conectivos, palavras cujas função é a de agir como uma ponte entre os parágrafos disponibilizados no texto, servindo assim como um componente de conexão entre as ideias ali presentes.
É o caso de um conteúdo focado na necessidade de elementos de reparação de máquinas industriais, como peças de ligação e dissipadores, responsáveis pelo controle de descarga de energia entre as peças desse instrumento.
Essa matéria necessita falar sobre as peças, a importância e a função de cada uma e como um ambiente com muita maresia pode sofrer de uma maior deterioração em seus aparelhos eletrônicos.
Ao juntar esses diferentes tópicos em um mesmo texto, tratando do setor industrial e do clima de um ambiente, o autor necessita saber como ligar esses assuntos de forma que o leitor não se sinta confuso sobre tais temas, reconhecendo a sua ligação.
Um dos elementos necessários para que esse processo fluido de leitura ocorra, no qual o conteúdo é compreendido de forma simples e eficaz, é por meio dos citados conectivos.
Conectivos esses que se organizam em diferentes grupos, para uma também fácil compreensão sobre a ação de cada um, e de como eles funcionam dentro de um texto.
Os principais tipos de conectivos
Os conectivos se encontram em um número diverso de grupos, trazendo diferentes possibilidades de ligação para as ideias apresentadas em um texto, e em como os seus parágrafos foram organizados.
São termos responsáveis pelo controle do sentido do seu conteúdo textual, agindo como um contador de fluxo instalado na entrada de uma loja. Com a diferença que a sua ação não é apenas de controle, mas de remanejamento, não de pessoas, mas de ideias.
Após toda essa exposição sobre a importância dos conectivos para um bom texto, é chegado o momento de dar continuidade a essa composição, conectando a apresentação sobre os conectivos ao aprofundamento das suas vertentes mais conhecidas.
Conectivos de relevância
Os conectivos de relevância tem a função de destacar um elemento, ideia ou acontecimento que merece a atenção do leitor, como um fator de importância para se compreender o conteúdo que virá a seguir.
Alguns exemplos são:
- Primeiramente;
- Antes de tudo;
- Em princípio;
- Em primeiro lugar.
Esses conectivos costumam ser utilizados no começo da frase, como em uma parágrafo sobre a necessidade de uma automação residencial para uma casa moderna, que em primeiro lugar precisa explicar como funciona esse serviço.
Conectivos de tempo
Esse tipo de conectivo está relacionado à relação de sucessividade entre episódios, eventos e ideias, explorando questões como a frequência, duração e ordem desses acontecimentos.
- Logo;
- Enfim;
- Às vezes;
- Imediatamente.
São termos essenciais quando se pensa em texto narrativo, no qual a ordem dos eventos são importante para a sua compreensão, a não ser que se trate de uma obra propositalmente desconexa, como um livro de mistério.
Conectivos de comparação
Esse conectivo indica a relação entre diferentes partes do texto, resgatando ideias apresentadas anteriormente ou comparando-as. Alguns exemplos são:
- Da mesma forma;
- Assim também;
- Tal qual;
- Igualmente.
Como em um parágrafo que fala sobre a importância de um sensor de nível para a sua fábrica, assim como uma peça de regulagem para o motor das suas máquinas.
Conectivos de adição
Os conectivos de soma ou adição tem a função de acrescentar uma informação ao texto, trazendo algum dado ou curiosidade sobre o tema ou afirmação antes abordado.
Entre esses conectivos se destacam:
- Além disso;
- Também;
- Mas também;
- Bem como.
Em uma frase, a sua aplicação se encontra em um exemplo como: “Maria estuda de manhã e pratica esportes no período da tarde, de segunda a sexta. Além disso, a jovem participa de um clube de teatro aos sábados”.
Conectivos de dúvida
Os conectivos de dúvida ou probabilidade exercem o trabalho de informar uma incerteza ou insegurança sobre alguma atividade ou ação específica.
Alguns desses conectivos são:
- Talvez;
- Possivelmente;
- Quiçá
- Provavelmente.
Além de serem os companheiros de diálogo de uma pessoa tímida ou insegura, esses conectivos podem ser usados em situações que lidem com algo certo. Exemplo: Talvez eu vá amanhã para a festa.
Conectivos de certeza
Por outro lado, os conectivos de certeza lidam com uma convicção em cima de uma atividade ou ideia, além de querer enfatizar algum tipo de conceito.
- Certamente;
- Com certeza;
- Sem dúvida.
É o tipo de conectivo que um cliente quer ouvir sobre a realização de um serviço, indicando a confiança do profissional sobre o que deve ser feito para resolver o seu problema. Como um mecânico, ao informar que certamente seu carro precisa de um laço indutivo.
Conectivos de surpresa
Esses termos simbolizam um elemento de surpresa ou imprevisão sobre os eventos narrados em uma história.
- De repente;
- Surpreendentemente;
- Subitamente;
- Inesperadamente.
São comuns em narrativas de ficção, que necessitam de uma virada na história para a construção do seu clímax.
Conectivos de conclusão
Para concluir a lista dos conectivos mais comuns, é chegado o momento de se falar sobre os termos de conclusão. Eles tem o propósito de resumir as ideias apresentadas no textos, tais como:
- Portanto;
- Dessa forma;
- Logo;
- Pois.
No entanto, esses não são os únicos tipos de conexão, como no termo que abre essa frase, sendo um conectivo de contraste ou oposição.
Outros tipos de comuns de conectivos são: Causa e consequência (portanto, de tal forma que), Lugar (ali, lá), Finalidade (a fim de que, com o propósito de), Condição (caso, eventualmente), entre outros disponíveis na língua portuguesa.
Por que usar conectivos em meus textos?
Como já deve ter ficado claro com o passar desse texto, a função dos conectivos é justamente ajudar na compreensão de um texto, com o seu conteúdo sendo apresentado de maneira simplificada e prática para o leitor.
Os conectivos ajudam a tornar esse conteúdo escrito mais palatável ao público, algo de grande importância. Principalmente quando se fala de um texto de conteúdo mais rebuscado ou técnico, como uma dissertação da área da saúde.
Esses elementos de ligação tem o objetivo de conectar uma ideia à próxima apresentada, assim como alguém que busque na internet por “porta de enrolar preço” e acaba sendo levada a um site que trabalhe com a venda desses produtos.
Portanto, assim como os links conectam o usuário entre diferentes sites e conteúdos, os conectivos exercem uma função similar na construção de um texto.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.
